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sábado, 16 de outubro de 2010

QuAnTaS aLmAs TeNhO?

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

domingo, 10 de outubro de 2010

LuA

Por vezes perco-me a contemplar a lua
Lua dos amantes
Lua dos malucos
Lua dos viajantes
Lua muda e crua
Lua nua Lua
Lua minha e tua.


Tássio Bastos - 2007

PaLaVrAs PeRdIdAs

As palavras eram perdidas
Nas largas estradas
Nas curvas estreias da vida
Nas ruas e calçadas

As palavras eram perdidas
No silêncio do amanhecer
Nas sombras escondidas
No sol do entardecer

As palavras eram perdidas
Na imensidão do mar
Na terra renascida
Nos caminhos a cruzar

As palavras eram perdidas
Como se não mais existissem
Porque não eram mais necessárias
Em meu ser, em minha vida


Tássio Bastos - 2005

CoNtRaDiÇãO

Houve dias em que me procurei
E quando me encontrei,
Me perdi...
Contradição?

Tássio Bastos -  Agosto / 2003

SoLiDeZ

Queria pintar
Nessa tela imensa
A solidez
Da minha solidão!


Tássio Bastos - Julho / 2005

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SoU vÁrIoS cAmInHoS...

"Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim; vivo me perdendo de vista. Sou vários caminhos, inclusive o fatal beco sem saída"

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O aMoR sEgUnDo ClArIcE...








Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Clarice Lispector

LERO - LERO

Pra quem curte MPB vale a pena curtir Luisa Maita...




Quem vem ali, agora


É lero lero, olho no olho

E nada mais


Esse é do mesmo time


Não tem pressa e nem atraso
Tudo é em paz


Parece o mesmo sangue


Quando penso
O outro sabe
Nem fala não


E quando a vida aperta


É lero lero, olho no olho
E me volta a paz


Quero dizer: Valeu irmão!



Quero dizer: Valeu irmão!


E nada mais

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


"E se me achar esquisito, respeite também...
Até eu fui obrigado a me respeitar!"
(Clarice Lispector)

domingo, 22 de agosto de 2010

ReSpOsTaS sÃo PrA aQuElEs QuE tÊm MeDo...


Tem certas coisas na vida que não precisam ser explicadas, pelo menos para mim... Foi com essa frase que eu me deparei outro dia e que me fez refletir bastante. Sempre me questionava sobre diversos aspectos e situações, e quase sempre não chegava a nenhuma resposta, pelo menos da forma como eu queria. Dai conclui que muitas vezes, as respostas não são necessárias. Dani Carlos, cantora brasileira, compôs uma música cuja letra diz "respostas são pra aqueles que têm medo e eu já perdi..." Achei interessante, porque sempre que busquei respostas tinha medo de algo, e meus anseios e minhas inquietações me torturavam por querer respostas. Então, ao invés de  querer tais respostas, optei por transformá-las em ações. Isso! Como eu não as teria, poderia ao menos amenizá-las com ações. E assim fiz! Assim faço... Todas as vezes que busco respostas sem encontrá-las, procuro agir. Essa busca por ações me foi completa, porque me ocupou de forma prática e atuante, pois posso agir ao invés de questionar. Lógico que os questionamentos são necessários, às vezes, mas as ações são mais. Deixo então uma dica: quando se deparar com perguntas sem respostas ou com situações sem respostas... haja! Seja cauteloso, prudente e justo. Mas não deixe de agir. A partir de suas ações podem surgir resultados que nem você mesmo os esperava. Pense nisso! 
Tássio Bastos

sexta-feira, 20 de agosto de 2010



Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, inventar mundos, inventar amores (...) Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão com relevo. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

OmBrO aMiGo




A letra que se segue é uma música da cantora católica Adriana, interpretada por ela e pela Mariani, da Canção Nova. Na música a amizade é demonstrada pelo amor que Deus nos confia, Amor que está acima da distância e das adversidades.

Que esse mesmo Amor esteja presente na convivência com meus amigos e que eu, ainda que distante, ainda que inconstante, possa ter minhas mãos estendidas e meu coração aquecido, pois sempre que precisarem "bem perto vou estar..." 

"Amigo é bem mais que presença
Vai muito além de um simples tocar
Amigo é bem mais que palavra
É a inspiração que brota em meu coração
Mesmo distante eu posso sentir
Estás aqui perto de mim
E não há nada que vai nos impedir
De viver o amor que Deus nos confiou!
Mesmo longe estarei bem perto de ti
Pois o amor que Deus nos dá
Vai me unir ao teu coração
E nada vai nos separar
Mesmo longe, acredita
Que bem perto eu vou estar
Eu não vou sentir tua ausência aqui
Pois o teu coração presente está em mim
Mas não vou negar que tua falta me traz
Um aperto no coração
E assim me rendo à emoção
Eu vou levar teu sorriso no olhar
Pode ser que um dia
A gente vai se encontrar
Aqui sempre estarei se precisares de mim 
Podes contar comigo
Eu sempre vou te amar..."

terça-feira, 3 de agosto de 2010


Motivo


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada. 

Cecília Meireles

domingo, 1 de agosto de 2010

MeReCiMeNtO




"Luz, câmera e ação..." E assim, chegaste à tão sonhada e esperada formatura. Não apenas porque a mereceu, mas porque soube aproveitar as oportunidades e fazer delas alicerces seguros na construção de seus ideais.

Por isso, faço minhas as palavras do ilustre Pe. Fábio de Melo:

"A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver. 

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existencia as mais diversas formas de sementes. 

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós,será plantação que poderá ser vista de longe... 

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!" 

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura. 

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos! 

Infelicidade, talvez seja o contrário. 

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!"

E como sei que não há limites em sua semeadura, vá em frente e conte sempre comigo!
Ainda que na distância, ainda que na ausência!
Desejo-lhe felicidades, paz, saúde e bem em seu caminhar!!!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

PeSsOaS



"Gosto de pessoas normais, na medida, no ponto. Com os seus altos e baixos, crises, neuras, alegrias…Aquelas que riem e choram no mesmo dia, que gritam, que batem o pé…As que derrubam comida na roupa, as que amarram o cabelo na balada…As que se permitem errar, experimentar, que se arriscam com o desconhecido, pisam na bola, mas que também acertam, amam…Eu gosto das pessoas palpáveis, de carne e osso!"

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O PoR QuÊ De mÚsIcA Ao LoNgE


Música ao longe remete a mim a riqueza das palavras... Palavras escritas, pronunciadas, cantadas e até mesmo caladas! Interessante como a música desperta em mim e também em você uma série de sentimentos; ocultos, às vezes e outras transparentes, que nos envolve numa pluralidade de emoções, num "encanto misterioso e fugidio..."

A união de letra e melodia desencadeia composições que ultrapassam décadas e ficam gravadas nos laços invisíveis criados no dia a dia, que são entrelaçados em cada pessoa e relembrados sempre que se ouve uma música... ainda que ao longe!

E por quê escrevo? Como disse a grande mestra Clarice Lispector, "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

E quão deslumbrante é o desabrochar das palavras nas canções! Quão deslumbrante é o nosso desabrochar diante da música, diante da vida e diante de nós. Há na vida uma infinidade de adversidades; e diante destas devemos resgatar o encanto tal qual há na música ao longe... devemos escrever sem querer alterar o rumo das estações mas completá-lo com o melhor que podemos fazer.

Quando ouço a música ao longe, lembro-me de Clarissa, personagem de Érico Veríssimo, que buscava definir o amor através da melodia, das palavras, da música. Assim como Clarissa, buscamos também defini-lo. E pergunto-me: o amor pode ser definido? Talvez sim... Talvez não! Mas de uma coisa tenho certeza. Se você prestar atenção e ouvir a MÚSICA AO LONGE, saberá me responder!

Bem-vindos ao meu espaço!

Tássio Bastos

terça-feira, 20 de julho de 2010


"O AmOr que ainda não se definiu é como a melodia do desenho incerto... Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugidio e misterioso de uma MúSiCa Ao LoNgE."
(Érico Veríssimo)